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quarta-feira, 1 de junho de 2011

inarticulado que sou

Todo homem ou mulher um dia tem que se entender, se interpretar e articular suas partes. Ou será isso tarefa diária? Se ao final do dia, eu ainda estiver catando e contabilizando os meus pedaços, então eu não fiz um bom trabalho sendo eu?
O que eu tento dizer mas não consigo é: Tem que ter data.
data - central de dados sobre 'mim', localizadas em 'eu-mesmo', de fácil acesso.
Porque uma 'condição aleatória de ser' torna a auto-operaracionalização de uma máquina com redes neurais tão complexas ineficiente. Em outras palavras : sou um inútil sendo eu mesmo. FALEI.

O Augusto dos Anjos escreveu um conjunto de poesias e montou "Eu" - uma antologia de poesias com um conteúdo sugerido pelo nome. Ninguém vai entender mais o Augusto dos Anjos do que seus versos.
O mesmo pro "Água Viva" da Clarice.
Eles criaram data a partir das reflexões que eles registravam no papel.
Pensei nisso agora e queria compartilhar, afinal, meio-que-tô-fazendo-o-mesmo. Escrevendo aqui.

Que eu me organizando posso desorganizar
Que eu desorganizando posso me organizar

É bem assim que nem o maracatu atômico.
é melhor acabar antes que tenha mais "eu" do que em toda a poesia de Augusto dos Anjos.