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domingo, 21 de maio de 2017

sakina sade

que estranha projeção nas entranhas de mim. Sakina Sade , vaqueira japonesa, a vejo agora vindo de um círculo negro para a luz.

tenho já o teu destino escrito
o mundo é o teu ovo. voe alto
não. quis dizer estorvo,
é tua cruel corrente prendendo a tua existência
olho-me no espelho, o meu rosto me parece mais magro. Intermediando a imagem e eu, objetos servem de ponte, uma cadeira de vime, um berimbau. Agora as coisas que eu não consigo ver: objetos da minha cabeça. Também roda um redemoinho de confusão entre mim e a minha feição afinada.
Confusão. O fado é a faca, o pão sou eu.
figura para mim confortável, abandonar a forma humana e abraçar a fôrma de pão, antes eu fosse um miolinho de pão, não sentir o tédio ao mesmo tempo que me desintegro na boca.


new age

os meus chackras adormecidos saúdam o deus que existe em você

estendi a mão de Fátima para alcançar o além de mim

a flauta de Krishna tocou sozinha

e depois veio em minha direção

- a tomei. e o mistério do universo se apareceu:


ninguém sabe como chegou aqui ou para onde vai

a filosofia me disse que poderia me responder

mas ficou presa no engarrafamento


minha religião é a paixão e ilusão de maia




Escrevo-me como se para ti
e gostaria de lhe dizer
que o nosso breve encontro
carnaval casual e parisiense
foi o suficiente para rebuliçar
me deixar doido até abandonar Deus
Este que me ama ou nega?

Tu, nunca me amaste ou amarás
Me deixou rebuliçado e pensando em como
era bom entrelaçar e escutar a sua vida
que pulsa revolucionária
Eu ia te revolucionar, te garanto
Melhor: desejo que você o faça por si
Mais do que a tua alegria. Que aches a plenitude na tua vocação, a Revolução.
Ou será esta a minha?

Sinto a tua falta.
Antes, voavas pesadamente de mim
De repente cada vez mais leve,
e me vejo neste estado de amor tão
buda.

Mantenho minha cabeça ocupada,
por força, de birra, até cansar
Até achar o que realmente me completa.
Espiralo, sou indefinido e não sou
de retas.

Escurece, espero não ser acordado pela ferida -
corro da solidão - mantenho-me ocupado
Passam pássaros finos de papel, e a água
é tanta água sob meus pés
Vou flutuando na baía que um dia
admirei absorvido contigo

não pensei em nada
nem na vida nem no além quando passei pela estrada da morte

fui olhar para um céu cheio de estrelas, separadas entre si pela escuridão
maranhão

as estrelas na estrada da morte contaram o meu óbvio futuro.
agora me comunico com o passado
falo àquele que olhava admirado
minha mensagem será
um dia você vai mergulhar no frescor da sinceridade
e lá nas profundidades será claro como o sol
e trágico também
será cheio de vida também
mágico e morrerás quando chegares ao fundo

quando me lembro
do mangue que está aqui embaixo a apodrecer. Os ecossistemas marinhos e terrestres num belo contorno. Natureza livre!
nas construções sobre o chão de vida. Ali, uma engrenagem que rodava sozinha.

dominamo-la  com a rude técnica