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sábado, 12 de maio de 2018

raposa do ar
tão leve ser que me
leva a leve ser

caminhando nas tuas planícies
me esqueço
e se por acaso a raposa some
pra caçar sua leve presa
eu resto
sou mais não sei o quê
não sei se o resto que deixei ou o resto que ficou


raposa do ar
tão leve ser que me
leva a voar no abismo
como peso morto

sexta-feira, 11 de maio de 2018

(um bar e algumas cervejas
uma traição e dois tédios pra acompanhar)

perplexo
 o tempo sem nexo
pensamento parado
ilógico

permito
 como mentiroso convicto
largar a palavra
explosiva

sou o primeiro a me anistiar
e me sinto
perdoado. durmo

acordo na mesma poesia.
vislumbro o sol
e penso em como dele usufruem esses no sul
me sinto impotente 
diante do sol
diante do que é
do que nunca chegará
diante da falta de lar
da falta de si
e da abundância da solidão
esse astro cujo centro é só perplexidade