Se Berlim não rimasse com fim
Peut être
Tu m'aurais même pas donné le droit de faire
ce poème
escrito em mauvais portugais e em
francês gozado.
mesmo dentro,
me perdia na harmonia do teu corpo.
corpo gozado
um hiato na minha desventura clichê
que foi esse belo corpo gozado,
alvo corpo fugaz
[como se o caos desse ser existente evaporado
se aglomerasse para criar um sentido]
não mereço mais do que a minha
desventura clichê
terça-feira, 4 de dezembro de 2018
segunda-feira, 12 de novembro de 2018
Poemas vermelhos do caderno vermelho
Em algum momento em 2016, durante a aula teórica da Daniel Araújo
l'enfer c'est moi
quando eu estou desgostoso - ou
como gosto de chamar:
mal do cu -
ninguém escapa ao desprezo afiado
da minha amargura
torno-me o pior inferno do outro
inferno insuspeito
#####################################################
Tô com uns vermes no ventre
que chique. vieram de
Marraquexe
[tajine biológico]
a giárdia muda seu status para sério
e agora me cago pelos cantos
#####################################################
o b n u b i l a d o
parece bilau
algo relativo a tapa-sexo
ou a surra de piroca
#####################################################
nome de mãe / lombriga fofa
lombriga fofa
a menina da vizinha da minha tia ia brincar lá em casa.
Um dia, mãe deu remédio pra todo mundo
não gostava de gente mais pobre que ela
Nas fezes dessa menina saiu uma lombriga
VIVA, com dois olhinhos pretos curiosos
e uma boquinha que abria e fechava.
uma graça.
#####################################################
Queria ter tanta pena quanto esta ardósia encardida
preto preto
bege preto
branco sujo
cinza
rejunte
sem penas, e sim minúsculos pêlos
que se transformarão em poeira
#####################################################
imprimiu em mim uma dor
em 3D
dddor
l'enfer c'est moi
quando eu estou desgostoso - ou
como gosto de chamar:
mal do cu -
ninguém escapa ao desprezo afiado
da minha amargura
torno-me o pior inferno do outro
inferno insuspeito
#####################################################
Tô com uns vermes no ventre
que chique. vieram de
Marraquexe
[tajine biológico]
a giárdia muda seu status para sério
e agora me cago pelos cantos
#####################################################
o b n u b i l a d o
parece bilau
algo relativo a tapa-sexo
ou a surra de piroca
#####################################################
nome de mãe / lombriga fofa
lombriga fofa
a menina da vizinha da minha tia ia brincar lá em casa.
Um dia, mãe deu remédio pra todo mundo
não gostava de gente mais pobre que ela
Nas fezes dessa menina saiu uma lombriga
VIVA, com dois olhinhos pretos curiosos
e uma boquinha que abria e fechava.
uma graça.
#####################################################
Queria ter tanta pena quanto esta ardósia encardida
preto preto
bege preto
branco sujo
cinza
rejunte
sem penas, e sim minúsculos pêlos
que se transformarão em poeira
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imprimiu em mim uma dor
em 3D
dddor
sábado, 12 de maio de 2018
sexta-feira, 11 de maio de 2018
(um bar e algumas cervejas
uma traição e dois tédios pra acompanhar)
perplexo
o tempo sem nexo
pensamento parado
ilógico
permito
como mentiroso convicto
largar a palavra
explosiva
sou o primeiro a me anistiar
e me sinto
perdoado. durmo
acordo na mesma poesia.
vislumbro o sol
e penso em como dele usufruem esses no sul
me sinto impotente
diante do sol
diante do que é
do que nunca chegará
diante da falta de lar
da falta de si
e da abundância da solidão
esse astro cujo centro é só perplexidade
uma traição e dois tédios pra acompanhar)
perplexo
o tempo sem nexo
pensamento parado
ilógico
permito
como mentiroso convicto
largar a palavra
explosiva
sou o primeiro a me anistiar
e me sinto
perdoado. durmo
acordo na mesma poesia.
vislumbro o sol
e penso em como dele usufruem esses no sul
me sinto impotente
diante do sol
diante do que é
do que nunca chegará
diante da falta de lar
da falta de si
e da abundância da solidão
esse astro cujo centro é só perplexidade
segunda-feira, 12 de março de 2018
me recolho em vaidades
púrpuras
tecidos florais a que estais
cobrindo tua nudez
um carimbó que enfeita
a saudosa suja esquina da Lapa, que agora é
meio copo de tédio
o meu corpo grita -
e auto-flagela-se
confusão.
sofro com o quê? qual o amor?
o que espero? qual a palavra
entalada na garganta?
qual a ação que de mim se
desprenderá?
Encho-me de vaidades púrpuras
e a cada vez olho com repugnância
tenho um nojo guardado
um certo ódio
a quê?
algum momento em 2017
púrpuras
tecidos florais a que estais
cobrindo tua nudez
um carimbó que enfeita
a saudosa suja esquina da Lapa, que agora é
meio copo de tédio
o meu corpo grita -
e auto-flagela-se
confusão.
sofro com o quê? qual o amor?
o que espero? qual a palavra
entalada na garganta?
qual a ação que de mim se
desprenderá?
Encho-me de vaidades púrpuras
e a cada vez olho com repugnância
tenho um nojo guardado
um certo ódio
a quê?
algum momento em 2017